
Em meio à polêmica em torno dos bonecos hiper-realistas, os bebês reborn, uma assessora jurídica do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) resolveu ir direto ao assunto na suposição de mães ou pais pedirem licença maternidade, ou paternidade, indicando a eles uma “licença psiquiátrica”. Em suas redes sociais, a assessora Mariana Dias, que se apresenta também como especialista em Direito Civil e Tributário, fez várias publicações sobre o assunto.
Em dos vídeos, ela fala sobre o direito à licença maternidade para cuidar de um bebê reborn “recém-nascido”, ou recém confeccionado, como ocorre, na verdade.
À pergunta “Tenho direito de licença para cuidar do meu bebê recém-nascido?”, ela responde: “Sim, você, mamãe de bebê reborn busque o seu direito, busque a sua licença, o seu afastamento junto a um psiquiatra. Porque a partir do momento em que você começa a confundir a realidade, trazer o que era para ser lúdico, aquela brincadeira com uma boneca ou boneco, e você passa a acreditar que aquilo é um ser vivo, um ser animado, uma criança que adoece, você de fato está adoecida e precisa de ajuda”.
A polêmica tomou as redes sociais e outros espaços da sociedade, especialmente após notícias de pessoas agindo com essa tendência de utilizar os bebês realistas em filas de atendimento especial como se fossem bebês reais, e até falando em levar a guarda para ser decidida por juízes em um Tribunal.
Um depoimento que chamou a atenção também em Goiânia veio da advogada atuante no Direito Digital e influenciadora Suzana Ferreira. Ela relatou nas redes sociais um atendimento de uma mulher procurou seu escritório para discutir na Justiça a guarda de uma bebê reborn, após o fim de um relacionamento.
Em publicação no Instagram, ela afirmou que a cliente queria regulamentar a convivência do ex-casal com a boneca e impedir que a antiga companheira tivesse acesso à “filha reborn” que foi adquirida durante o relacionamento.
O impasse envolvia a divisão dos custos com a boneca, “que são muito caros” e o enxoval, além da disputa pela administração do “perfil da bebê reborn” nas redes sociais. As duas desejavam ser administradoras da conta, que segundo afirmou a cliente para a advogada, já estava monetizando no Instagram.
“Não é meme, pessoal”, publicou a Suzana. Surpresa com a demanda inusitada ela comentou o nível de impacto sobre os advogados que determinados contextos sociais estão gerando. “A loucura da sociedade impacta diretamente na nossa profissão. São demandas reais”, lamentou Suzana. Ela ainda completou que essas tendências geram uma “enxurrada” de demandas no Judiciário.
Dias antes, a advogada chegou a publicar nas redes sociais dela que seu escritório não defende questões de bebês reborn. Citou inclusive demandas relativas à guarda, pensão alimentícia, visitas e interferências nas redes sociais (dos bonecos), e orientou que esses assuntos devem ser discutidos “com um psicólogo de sua confiança”.
O post Assessora do TJ-GO defende licença psiquiátrica para mães de bebês reborn que pedirem licença maternidade foi publicado primeiro em Diário de Goiás.